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Por que Deus permite que o mal ocorra na Terra? Deus é um espectador inocente? Este livreto explora a diferença entre a vontade e o plano de Deus e entre a soberania de Deus e a autoridade do homem. Leia gratuitamente abaixo
Category - General
Agora estamos prontos para lidar com a pergunta mais desconcertante sobre o problema do mal: o problema da responsabilidade pelo pecado de Adão. Para determinar a responsabilidade, a maioria das pessoas argumenta a partir de sua própria perspectiva sobre a soberania de Deus versus o livre-arbítrio do homem. Entretanto, esses argumentos são baseados em grande parte no pensamento dualista. Ou a vontade de Deus ou a vontade do homem é proposta para provar toda a responsabilidade. Um entendimento único, contudo, abre espaço para ambas em sua ordem adequada.
Como Criador, a vontade de Deus é soberana. Como Criador do céu e da terra, Ele é o DONO de todas as coisas. Em Levítico 25:23, a lei diz que "a terra não será vendida permanentemente" porque Deus a possui por direito de criação. No entanto, cada tribo e família em Israel recebeu autoridade sobre a sua porção da terra de Deus. Não há contradição e nem exclusividade em estabelecer a soberania de Deus E a autoridade do homem.
A autoridade do homem é tão real quanto a soberania de Deus. A diferença é quantitativa, não qualitativa, e é expressa por duas palavras gregas no Novo Testamento: exousia e dunamis. A autoridade do homem (exousia) é autorizada por um poder superior; a soberania de Deus (dunamis) é autoderivada. E por isso, cada excesso do grau de autoridade do homem, é uma transgressão contra a vontade soberana de Deus.
As leis de responsabilidade são baseadas principalmente na posse. Se um homem abre um buraco e não toma as devidas precauções de segurança cobrindo-o, e se um boi cai nesse buraco, aquele que o cavou é obrigado por lei a pagar pelo boi morto (Êxodo 21:33, 34). Da mesma forma, se um homem atear fogo e ele se espalha de repente queimando a colheita de outro homem, aquele que ateou fogo é o responsável (Êxodo 22:6).
Em ambos os casos, a responsabilidade é determinada pela posse, e não pelo "livre-arbítrio" do boi, nem pela vontade do vento que soprou o fogo. Por Deus ser o Criador de tudo, Ele é, em última análise, responsável por lei (legal) pelas ações de todas as Suas criaturas, incluindo todos os homens (Seus "bois"). Essa é a responsabilidade de posse.
Ainda assim, a Bíblia mostra que Deus sempre considerou o homem responsável pelo pecado também. E qual é base legal? A base legal é que o homem tem autoridade, dada por Deus, na terra (Gênesis 1:26). Por isso, na lei, se um homem sai de viagem e confia sua propriedade a um vizinho para guardá-la, e se essa propriedade é destruída ou danificada, o vizinho pode ser responsabilizado (Êxodo 22:7-13).
A responsabilidade nesses casos é compartilhada entre o proprietário e o vizinho responsável, dependendo da situação. Se a propriedade fosse roubada sem a negligência ou cumplicidade do vizinho no roubo, o proprietário assumia a responsabilidade total pelo roubo. Mas, se por outro lado, o vizinho fosse negligente ou cúmplice do roubo, então ele era responsabilizado.
Deus sempre se considera responsável de acordo com Seu grau de soberania baseado em Sua posse. Porém, Ele também considera o homem responsável de acordo com o grau de autoridade de cada um. Isso torna possível que Deus julgue o homem legalmente, e assim vemos os julgamentos de Deus ao longo da história. Não obstante, Seus julgamentos são contidos (não eternos) porque Deus se considera responsável por impor a mortalidade sobre a humanidade, na qual ela pecou.
No Jardim do Éden, Adão e Eva pecaram, e Deus os responsabilizou por esse pecado de acordo com o grau de autoridade deles. Mas, ao mesmo tempo, Deus se responsabilizou em Seu grau de soberania baseado na posse. Por essa razão, Ele veio à terra para morrer pelo pecado do mundo inteiro. 1 João 2:2, diz
2 E Ele mesmo é a Propiciação pelos nossos pecados; e não somente pelos nossos, mas também pelos do mundo inteiro.
Não há contradição e nem dupla penalização. Tanto Deus quanto o homem são responsabilizados, cada um em seu próprio grau.
Os cristãos tendem a remover toda a responsabilidade de Deus a fim de evitar que Ele seja contaminado pelo pecado de Adão. Porém, à custa de Sua soberania, ignorando o simples fato de que Deus criou todas as coisas. Tais "soluções" procedem de nossos raciocínios dualistas em que debatemos se Deus é soberano ou se o homem tem "livre-arbítrio." Não existe a frase bíblica "livre-arbítrio." Desse modo, vamos ficar com o termo bíblico "autoridade", que nos impossibilita de desviar-nos para argumentos dualistas que tornam a vontade de Deus e do homem mutuamente exclusivas.
Quando Deus criou o Jardim, Ele incluiu uma árvore do conhecimento do bem e do mal, e não colocou uma cerca em torno dela. Na verdade, Deus "cavou um buraco" e não o cobriu. Resultado: o "boi" caiu no buraco. Quem é o responsável? Deus é o responsável de acordo com Sua própria lei. Mas, você pode dizer, “Adão era totalmente responsável, pois ele caiu por sua própria vontade”. Se Adão tinha livre-arbítrio ou não, não é o ponto. O fato é que Deus possuía Adão por direito de criação. Além disso, Ele permitiu que isso acontecesse basicamente cavando um buraco sem cobri-lo.
Outros dizem que a culpa foi do diabo porque ele tentou Eva. Está bem, e quem criou o diabo? Não podemos transferir a culpa tão facilmente, pois um Criador possui e é responsável por aquilo que Ele cria, independentemente do que a criatura faz. Sem dúvida, Deus poderia ter impedido o diabo de tentar Eva. A liberdade do diabo para tentar Eva não foi devido a sua capacidade de suplantar a Deus ou por ser tão poderoso que Deus não pudesse sujeitá-lo ao julgamento divino. Ele nem era astuto o suficiente para surpreender a Deus, embora algumas pessoas ensinem isso!
Sobretudo, nossa visão deve ser determinada pela própria decisão e julgamento de Deus. Desse modo, O encontramos sendo "morto desde a fundação do mundo" (Apocalipse 13:8). Ele verdadeiramente assumiu a responsabilidade pelas ações de Sua criação. No entanto, isso não obrigou a Deus a assumir a responsabilidade SOZINHO, pois deu autoridade ao homem, e essa autoridade também os tornou responsáveis. Por essa razão, vemos Deus julgando o homem de acordo com suas obras (Apocalipse 20:12,13).
O próprio julgamento prova a autoridade do homem e o fato de que ele transgrediu fora dos seus limites legais através de sua vontade. O homem possui uma vontade, mas usar o termo "livre-arbítrio" geralmente é impreciso porque a maioria das pessoas usa o termo de maneira dualista a fim de limitar a vontade soberana de Deus sobre a vontade do homem.
Em Levítico 25:23, vemos que a terra do homem não podia ser vendida permanentemente, mas ele possuía autoridade para vender a terra somente até o ano do Jubileu. O Jubileu colocou um limite sobre o uso da terra de Deus. O homem é feito do pó da terra (Gênesis 2:7), e assim nossos corpos são parte de Sua "terra”. Nos foi dada autoridade sobre nossa "terra", da mesma maneira como a Israel foi dada autoridade sobre sua herança. Porém, Deus ainda mantém a soberania.
Assim, embora possamos "vender-nos" em pecado (ou para "o diabo"), não temos autoridade para fazê-lo perpetuamente. Nossa "terra" deve sempre retornar a Deus, não por causa da vontade do homem, mas por causa da vontade soberana do supremo Proprietário da Terra, que é o próprio Deus. Ninguém pode incorrer em uma dívida ao pecado que é tão avassaladora que a Lei do Jubileu não consiga superá-la no final somente pela graça.
A vontade de Deus sempre supera a vontade do homem no final. Acontece pela graça. Enquanto isso, porém, Deus está ensinando ao homem o uso adequado de sua vontade através da experiência do mal, pois sem tais experiências e "escolhas", não há como ele aprender, amadurecer e se tornar um filho de Deus.
No mundo das escolhas humanas, ele deve aprender as leis de Deus para conhecer o bem e o mal, o certo e o errado, o pecado e a retidão. A alma interpreta naturalmente o bem e o mal como antagônicos. No entanto, à medida que a alma se submete ao espírito, ela cede a um entendimento mais elevado que inclui o propósito de todas as coisas e vê a história como um plano singular de Deus que é muito bom. Assim, ela desiste de sua busca de poder sobre o espírito e, em vez disso, submete sua limitada compreensão, vontade e autoridade ao maior entendimento, vontade e soberania do espírito.
Conforme a alma desiste de sua própria ilusão de "livre-arbítrio", que nada mais é do que a busca do poder disfarçado, ela começa a encontrar a VERDADEIRA liberdade da vontade submetendo-se à vontade soberana de Deus que opera através do espírito. Ao revestir-se da mente de Cristo e do poder do Amor, a alma é liberta da escravidão de sua própria perspectiva limitada. E, em seu lugar, ela adota a compreensão do Amor de Deus procedente do espírito tornando-se, assim, serva (devido a esse amor) do espírito. E nesses laços de Amor, a vontade da alma encontra a verdadeira liberdade.
Não há muitos que chegam a esse lugar durante o seu tempo de vida concedido, mas Deus está produzindo filhos das primícias (primeiros frutos) e toda a criação geme por sua manifestação (Romanos 8:22). Eles são chamados como filhos para fazerem as obras de seu Pai. E, através do uso adequado de sua vontade e autoridade mostrarão a todos os demais, por seu exemplo, o caminho pelo qual podem se tornar filhos de Deus.
Quando o último inimigo (a segunda morte) for destruído, Deus será tudo em todos (1 Coríntios 15:26-28).