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Por que Deus permite que o mal ocorra na Terra? Deus é um espectador inocente? Este livreto explora a diferença entre a vontade e o plano de Deus e entre a soberania de Deus e a autoridade do homem. Leia gratuitamente abaixo
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Os julgamentos do homem são sempre falhos, pois procedem da mente finita que não vê o fim desde o princípio. A única maneira de julgarmos todas as coisas perfeitamente é pelo espírito, e isso requer submeter a mente da alma à mente espiritual e acatar ao espírito.
A mente do homem pensa de modo dualístico o que é mais evidente quando julgamos e mesmo quando interpretamos os julgamentos de Deus a partir do nosso ponto de vista dualista. Há muitos anos, os persas desenvolveram uma religião baseada na ideia do "Dualismo Persa". Foi o melhor que a mente humana podia conceber. Eles acreditavam que, no princípio, a luz e as trevas haviam sido misturadas, e que o propósito da história era separá-las novamente em suas respectivas zonas.
Assim, criam que no final Deus obteria todas as pessoas "boas" enquanto Satanás obteria todas as pessoas "más", e, dessa forma, coexistiriam por toda a eternidade em suas respectivas zonas (ou seja, céu e inferno).
Essa ideia permeou o Oriente Médio e logo foi adotada pelos cristãos que passaram a interpretar a Bíblia de forma dualista. Apesar disso, um grande número de cristãos primitivos rejeitava tal dualismo e ensinava que Deus salvaria todos os homens depois que os pecadores tivessem sido purificados pelo "lago de fogo".
Agostinho, o "defensor do tormento eterno", admitiu em seus escritos que "a maioria das pessoas" discordava de sua ideia de que os não crentes seriam atormentados por toda a eternidade. Fiz essa citação, entre outras, em meu livro, Jubileu da Criação.
A ideia do tormento eterno parece ser ensinada claramente nas Escrituras porque a palavra grega eonian, "pertencente a um eon", é traduzida como "eterno" ou "para sempre". Contudo, ela não tinha o intuito de transmitir a ideia de eternidade. Para uma discussão completa sobre a palavra eonian, veja o capítulo 5 do meu livro, Os Julgamentos da Lei Divina.
As traduções incorretas de aionian começaram com Jerônimo, que traduziu a Bíblia para o latim. Sua tradução é chamada de Vulgata Latina. Ao se deparar com a palavra aionian, ele a traduziu pela palavra latina aeternas, da qual obtemos "eterno". O problema é que aeternas tinha um duplo significado: (1) uma era, e (2) um período de tempo ilimitado. Isso deixou a porta aberta para que os líderes vingativos da igreja interpretassem eonian de acordo com o significado alternativo de aeternas.
Quando o peso da interpretação teológica deixou o mundo da língua grega das sete igrejas na Ásia e passou para o mundo da igreja latina de Roma, a igreja romana entrou em ação para extinguir a visão da Reconciliação de Todas as Coisas. Tal acontecimento teve início no ano 400 A.D. com a controvérsia entre Teófilo de Alexandria e João Crisóstomo de Constantinopla. Contei essa conhecida história em meu livro, Uma Breve História da Reconciliação Universal.
Esse é um dos eventos mais infelizes da história da igreja, pois fez com que os concílios da igreja seguintes declarassem herética a visão da Reconciliação. O povo essencialmente foi forçado a abandonar a palavra grega eonian e a adotar o significado secundário de aeternas ao falar do julgamento divino pelo pecado. Após 1.500 anos dessa tradição de homens, é difícil para os cristãos acreditarem que poderia haver qualquer alternativa ao "tormento eterno".
Porém, as Escrituras em si, não mudaram, e agora qualquer um pode ver por si mesmo como as palavras aeon (eon) e eonian são realmente usadas em suas próprias Bíblias. Como mostrei no capítulo 5 do meu livro, Os Julgamentos da Lei Divina, muitos teólogos de todas as denominações admitem que a palavra não significa "tempo sem fim". Entre eles está o Dr. Robert Young, que publicou a Concordância e a sua Tradução Literal da Bíblia (Young’s Literal Translation, YLT)
Se o primeiro obstáculo para compreender o julgamento divino é lidar com o problema da DURAÇÃO do "inferno", o segundo é compreender a NATUREZA do "lago de fogo". Em outras palavras, o lago de fogo é um fogo literal que tortura as pessoas? Ou será o "fogo" simbólico da própria lei divina, que em nenhuma parte, faz da tortura a solução ou o julgamento de pecado algum?
Todo julgamento divino procede de Sua natureza e caráter porque Deus permanecerá sempre fiel a Si mesmo. Ele apareceu a Israel unicamente como um "fogo" consumidor (Deuteronômio 4:12, ‘Então, o Senhor vos falou do meio do fogo; a voz das palavras ouvistes; porém, além da voz, não vistes aparência nenhuma.’). Em Deuteronômio 33:2, lemos que Deus enviou Sua "lei ardente" a Israel, ou uma Lei de Fogo (“Disse, pois: O Senhor veio do Sinai e lhes alvoreceu de Seir, resplandeceu desde o monte Parã; e veio das miríades de santos; à sua direita, havia para eles o fogo da lei.” -ARA). Ela foi destinada a consumir "a carne", para corrigir todo pecado que um homem pudesse cometer contra Deus ou seu próximo.
Muitos anos após o tempo de Moisés, Deus perguntou ao profeta em Jeremias 23:29, “Não é a Minha palavra como fogo?” Sim, ela é como o fogo porque procede da mente de Deus, que se manifestou para nós como um Fogo Consumidor.
Em Daniel 7 somos informados como o Ancião de Dias virá para sentar-Se em Seu trono e julgar o mundo. O versículo 9 diz que "Seu trono eram chamas de fogo, e suas rodas eram fogo ardente.” O trono ou a "cadeira" de um juiz é um símbolo da lei. Quando um rei se senta no trono, ou um juiz em sua cadeira, indica que ele está prestes a julgar de acordo com a lei. Assim, o trono é retratado como fogo porque a lei é o fogo.
Depois, Daniel 7:10 diz,
10 Um rio de fogo corria e saía de diante dEle... o tribunal sentou-se e os livros [da lei] foram abertos.
O "rio de fogo" é o julgamento da lei sobre o povo. João viu essa mesma cena em Apocalipse 20, porém ele viu um "lago de fogo" em vez de um rio. Daniel viu a origem do fogo vindo do próprio trono ardente, enquanto João viu o resultado da corrente de fogo como um "lago".
No entanto, em ambos os casos é evidente que Deus julga de acordo com Sua própria lei, não de acordo com as leis do homem. A lei de Deus exige a restituição, não a tortura. E quando a restituição não é possível (como no caso de assassinato), a lei de Deus diz aos juízes que transfiram o julgamento para o Tribunal Superior, retirando a pessoa da sociedade para que ela não possa causar mais males. Casos assim aguardam o julgamento do Grande Trono Branco no final dos tempos. É por isso que a lei prevê a pena de morte em certos casos. Os tribunais humanos são incapazes de lidar com todo tipo de caso criminal, portanto devem aguardar um Tribunal Superior que tenha a capacidade de julgar tais casos.
Isaías 26:9 diz,
9 ... pois quando a Terra experimenta os Teus julgamentos, os habitantes do mundo aprendem a retidão.
Aqui o profeta nos informa a mente de Deus e Seu propósito de julgamento lícito (legal). A tortura não ensina retidão, mas somente fere as pessoas. O julgamento infinito, sem possibilidade de perdão, somente torna as pessoas amargas e iradas, aprisionando-as no pecado. Não é possível reconciliar a criação por meio da tortura. Somente o Amor é adequado para essa tarefa.
O julgamento do “lago de fogo” será o julgamento com duração de uma era, no qual os crentes receberão autoridade sobre aqueles que antes eram não-crentes. Veja, assim que esses não-crentes tiverem uma entrevista corretiva no Grande Trono Branco, é improvável que saiam daí como tais. Os não-crentes estarão debaixo de autoridade durante essa era e aprenderão a retidão PELO EXEMPLO daqueles que foram aperfeiçoados no Amor.
De acordo com a lei, os não-crentes serão “vendidos pelo seu furto” (Êxodo 22:3, “Se, porém, já havia sol quando tal se deu, quem o feriu será culpado do sangue; neste caso, o ladrão fará restituição total. Se não tiver com que pagar, será vendido por seu furto.”). Aqueles que os compram são chamados de “redentores”, pois resgatam a nota da dívida do pecador. O Tribunal, nesse tempo, confia os pecadores nas mãos de redentores responsáveis, que receberão autoridade sobre a criação governando e reinando com Cristo.
Esses serão responsáveis por reformar os pecadores pelo Amor, ensinando, assim, o caráter de Jesus Cristo, e levando o pecador à maturidade espiritual. Tal período de julgamento é chamado de “a segunda morte”, que é o tipo de morte pela qual todos os crentes devem passar. Paulo diz: “Eu morro diariamente”, e os pecadores, nesse dia, não serão capazes de contornar esse processo de morte embutido na lei.
No entanto, não é ainda o fim da história, pois o último inimigo a ser abolido é a própria morte (1 Coríntios 15:26, “O último inimigo que será abolido é a morte.”), que ocorrerá no grande Jubileu da história como foi profetizado pela lei do Jubileu. Toda a dívida (pecado) é cancelada por esta maravilhosa Lei da Graça. O grande Jubileu é o momento que toda a criação está esperando (Romanos 8:22). Deus tem o propósito de reconciliar toda a criação Consigo mesmo, para que Ele não perca nada. Esse é o Seu plano, e Ele não falhará.